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  • Foto do escritorGustavo Candiota

Entenda a guerra de preços no câmbio


O mercado de câmbio é algo extremamente dinâmico, sensível e, principalmente, volátil. Não apenas na cotação oficial do Banco Central, mas nas taxas de câmbio turismo das empresas que vendem papel moeda. Já perceberam?

Guerra do câmbio

Mas por que? Qual a explicação para tanta alteração de preços nas corretoras que você pesquisa? As vezes parece não haver muita lógica nas taxas aplicadas sobre o câmbio comercial quando fazemos comparações de preços. Os descontos parecem mudar de forma desproporcional de um dia pro outro! Você anotou um preço hoje, deixou para confirmar amanhã, ficou feliz ao ver que o Dólar caiu e, ao consultar a mesma instituição, adivinhe: está mais caro!

Você não está louco. Isto realmente pode acontecer. E é comum. Mas... apenas em casas de câmbio que não possuem critérios rígidos, organizados e justos para compor suas taxas. Ou nas que mudam os cálculos constantemente, muitas vezes porque optaram por participar da... guerra de preços no câmbio.

Diferentemente da clássica lei da oferta x demanda, onde em outros setores os preços são reduzidos com baixa procura e elevados quando ocorre o oposto, no câmbio existe uma combinação de fatores muito maior para se chegar a uma taxa de papel moeda. Quais sejam:

  1. Custo de moeda que a casa de câmbio possui com seu banco;

  2. Percentual de repasse que esta casa precisa sacrificar para sua corretora parceira, ou banco;

  3. Quantidade de moeda em estoque e o preço médio desta moeda: sempre mudando, pois cada dia a casa de câmbio compra a um preço diferente, conforme variação cambial;

  4. Tendência do mercado: se câmbio em alta, reduz-se as margens, se em queda aumenta-se;

  5. Olho grande do atendente se cliente vem de pesquisa recente na concorrência: a pessoa diz que conseguiu um preço e pergunta se o próximo faz melhor. Caso o mercado tenha desabado neste intervalo, atendente diz que "bate" a taxa, quando na verdade deveria não só bater mas fazer bem menos. Resultado: lucrou mais em cima da ingenuidade do cliente, que não acompanha graficamente o mercado minuto-a-minuto;

  6. Fator choro: quanto mais o cliente chora, mais desconto ganha;

  7. Leilão por cliente em caso de alto volume, quando o cliente faz extensas pesquisas;

  8. Concorrência predatória de preços para ficar no topo dos portais comparativos (este virou moda).

Não é preciso pensar muito para concluir que os itens 5, 6, 7 e 8 não deveriam fazer parte de uma composição de taxas. Mas fazem, e muito. O que muitas casas de câmbio ou empresas de assessoria relacionada não percebem, é que este dinamismo constante no cálculo de preços é completamente injusto com seu cliente, ou com o anterior, que chorou menos que o atual ou teve o azar de comprar na véspera de um "Portal War Day". Além disso, estas práticas prejudicam a própria empresa, que fica completamente sem projeção de lucro e o mercado de câmbio como um todo, desvalorizando o trabalho de muitas empresas e pessoas do ramo. É preciso haver CRITÉRIOS muito bem elaborados e que sejam seguidos, sempre. Para não sermos tão rígidos, pois sabemos bem como é difícil trabalhar com câmbio nos dias de hoje, quando em 1 ano o principal produto valoriza-se 60% e em 2 meses cai 20%, a sugestão é que pelo menos os clientes sejam comunicados se houver mudança de cálculo/regras. Que haja um esclarecimento quando houver mudanças, que fique claro se existe um desconto progressivo ou pra clientes fiéis, ou nunca. Mas não finjam que é sempre a mesma coisa que está por trás, pois não é!

Casas de câmbio: por favor parem de prejudicar o cliente, o mercado, e vocês mesmos. Pratiquem boas taxas ou ótimas taxas, o livre mercado permite. Mas respeitem os clientes. E valorizem-se! O bom-senso e a boa concorrência agradecem.

Atenciosamente,

Gustavo Candiota

Diretor

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