A tão esperada - e temida por políticos - delação dos executivos da Odebrecht está acontecendo e, dentro do imaginado, está vindo de maneira arrasadora, ainda que por vazamentos por enquanto. Com muitas citações ao atual presidente, uma chance de novo impeachment começa a ser cogitada.
Como o câmbio vai se comportar se o país passar por um novo e doloroso processo de impedimento? Difícil prever no longo prazo, dependeria de quem fosse o substituto. Mas, no curto prazo, o comportamento das moedas está tranquilo por enquanto, até com leve baixa nos últimos dias.
Na nossa opinião, este movimento de queda se deve a dois fatores: 1) recuperação do Real frente ao Dólar após o período fortemente especulativo pós eleição de Donald Trump, quando a moeda subiu mais de 8%; 2) Forte "rally" das commodities, que beneficia os países emergentes. Nossa aposta para o último dia do ano segue igual à que fizemos em final de agosto: 3.30, exceto se os juros americanos vierem com uma alta acima do esperado.
Outro motivo que poderia afetar o câmbio no médio prazo é que, no caso de uma ameaça à continuidade de Temer no comando do país, o tão necessário ajuste fiscal e reforma da previdência fossem adiados. Os investidores, principalmente estrangeiros, olhariam com péssimos olhos para nós e menos capital seria aplicado aqui. Com menos dólares na economia, a moeda norte-americana tende a valorizar.
Tenham todos uma ótima semana.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente