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  • Foto do escritorGustavo Candiota

História do Euro e chance de extinção da moeda comum.

Atualizado: 22 de abr. de 2021


Antes de falar sobre o futuro do Euro, vamos lembrar aos estimados eleitores um pouco da história dessa conhecida moeda da União Européia. Onde tudo começou, porquê, e quais as perspectivas futuras.

O nome "euro" foi oficialmente adotado em 16 de dezembro de 1995. Foi introduzido nos mercados financeiros mundiais enquanto unidade de conta a 1 de janeiro de 1999, em substituição da antiga Unidade Monetária Europeia (ECU), a um câmbio de 1:1 (1,1743 USD). As moedas e notas físicas de euro entraram em circulação a 1 de janeiro de 2002, tornando-a a moeda de uso corrente entre os membros originais. Embora nos primeiros dois anos a cotação do euro tenha descido para 0,8252 USD (26 de outubro de 2000), a partir do fim de 2002 começou a ser transacionada a valores superiores ao dólar, atingindo um máximo de 1,6038 USD em 18 de julho de 2008. A partir do fim de 2009, a crise da dívida pública da Zona Euro levou à criação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira e à adoção de várias reformas de estabilização monetária.

As primeiras cédulas de Euro entraram em circulação em Janeiro de 2002
As primeiras cédulas de Euro entraram em circulação em Janeiro de 2002

O euro segue até hoje a moeda oficial do Bloco, o qual é constituído por 19 dos 28 estados-membro da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. A moeda é também usada de forma oficial pelas instituições da União Europeia e por quatro outros países europeus e, de forma unilateral, por outros dois. Em 2018, a moeda era usada diariamente por cerca de 343 milhões de europeus.

A ideia do estabelecimento da moeda única na CEE nasceu já na década de 70. Teve como principais defensores os Economistas Fred Arditti, Neil Dowling, Wim Duisenberg, Robert Mundell, Tommaso Padoa-Schioppa e Robert Tollison. No entanto, só pelo Tratado de Maastricht, de 1992 esta ideia passou da teoria para o Direito. Este tratado foi celebrado pelos doze países que à data faziam parte da Comunidade Económica Europeia. O Reino Unido e a Dinamarca optaram neste tratado por ficar de fora da moeda única. Na teoria os países que aderissem posteriormente à União teriam que aderir à moeda única. A Suécia aderiu à União em 1995 mas negociou entrar numa fase posterior. Os critérios para adesão à nova moeda única foram estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento de 1997.


Cédulas de Euro em circulação e emissão
Cédulas de Euro em circulação e emissão

Obs: em maio de 2016, o Banco Central Europeu decidiu por por fim à emissão de novas cédulas de 500 euros, devido às dificuldades de troca entre os portadores e uma vez que seu alto valor facilita a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas. Calma! Quem ainda as possui pode continuar usando normalmente. Ao longo dos anos, os bancos vão fazendo a troca para seus clientes e enviando a "roxa gigante" para incineração no BCE.

Voltando ao passado, quem lembra quais eram as moedas dos países-membro antes da implantação da moeda comum? Vamos a elas!


Agora que falamos da história, vamos às perspectivas futuras:

Atualmente, com uma Europa se recuperando a passos lentos da crise financeira, os mesmo problemas pré-euro assombram o continente e muitos economistas vêm questionando o sucesso da unificação. O Nobel de economia Joseph Stiglitz classifica a criação da moeda como uma “decisão fatal”, responsável pela dificuldade de vários países de sair da crise nos últimos anos e voltar a crescer.

Ao optarem pelo euro, os países abriram mão dos dois principais instrumentos do Estado para lidar com choques e eventuais crises: a taxa de juro, que passou a ser determinada pelo BCE, e a taxa de câmbio, que deixou de existir. A única opção restante era manter uma política fiscal saudável e não se endividar para se proteger de eventuais choques. Com os países presos a uma moeda única, sem a possibilidade de depreciar o euro internamente por meio da taxa de câmbio — para assim estimular as exportações —, ou aumentar a taxa de juros para elevar a demanda, os pacotes foram acompanhados por duras medidas de austeridade. Para Stiglitz, a forma como as instituições europeias foram obrigadas a lidar com a crise e o desempenho econômico pífio de seus países são a prova do fracasso da moeda única. O erro foi adotar uma moeda única sem prover as instituições necessárias para fazê-la funcionar. “Uma moeda única implica em uma taxa de câmbio fixa entre os países, e uma taxa de juro única. Mesmo que essas sejam definidas para refletir as circunstâncias da maioria dos países membros, dada a diversidade econômica, é preciso haver uma série de instituições que possam ajudar as nações para as quais as políticas não são adequadas. A Europa falhou em criar essas instituições”, escreveu.

com tantos problemas, há alguma saída para o euro? Para os especialistas ouvidos pela revista Exame em junho de 2017, hoje em dia, há poucas chances dos países deixarem a moeda comum. Segundo o professor e economista espanhol Juan José Toribio, em todos os países há partidos que pedem pela saída do bloco, mas eles são minoritários. “Sair do euro seria muito complicado e o custo seria enorme, não valeria a pena. Temos que permanecer no euro e avançar na construção europeia”, afirma.


Portanto, amigo leitor: se você possui euros no cofre ou está por comprar a moeda para uma viagem neste ou nos próximos anos, fique tranquilo. Nada deve acontecer dentro desta década, ou nesta geração, para os turistas que gostam de explorar o velho mundo. Somente, claro, eventuais altas ou quedas conforme as respectivas economias vão lidando com suas crises e formando o preço do euro em suas paridades com as demais moedas.

Fonte: Wikipedia.org, exame.com.br


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