Será que faremos câmbio de papel moeda para sempre? Continuaremos até quando pagando nossas despesas ou recebendo honorários com dinheiro físico? Algum dia o mundo todo fará negócios apenas com criptomoedas?
Perguntas difíceis de responder, então neste post vamos divagar sobre o que está acontecendo, opinar. E quem sabe, porque não, profetizar! (que esse blog permaneça na internet por muitas décadas).
Algumas observações sobre a atualidade:
1) Já repararam na incrível "guerra" das maquininhas dos cartões? Já é um sinal de que cada vez menos as empresas, por menores ou micros que sejam, querem dinheiro no caixa. Priorizam segurança e comodidade aos clientes, mesmo que pagando taxas.
2) Bitcoin e altcoins, depois de mais de 1 ano agonizando, a criptomoeda mais popular do mundo finalmente começa a se recuperar com força. Ainda de maneira especulativa, mas recuperando credibilidade e abrindo espaço para, num futuro não tão distante, virar meio de pagamento de verdade, assim como reserva de valor. Obs: leia o último post sobre Bitcoin do Blog do Câmbio. Clique aqui.
3) A grande maioria dos viajantes brasileiros ainda compra dólar, euro e libra em papel moeda. Mas há um motivo bem óbvio: economizar no IOF (o governo Dilma estragou o VTM quando elevou a alíquota de 0.38% para 6.38% no início de 2014). Paulo Guedes já falou que quer fazer um processo de "desregulamentação do câmbio". Se nela incluir também reforma tributária e assim reduzir o IOF para combater o mercado paralelo, podemos voltar aos tempos em que 90% das transações de moeda estrangeira eram em cartão pré-pago.
4) As transferências internacionais estão cada vez mais dinâmicas com aplicativos tipo Transferwise e a abertura de contas em bancos digitais cada dia mais fáceis, menos burocraticas. Já existem diversos passageiros que abrem conta num país visitado com frequencia para, numa próxima viagem, remeter dinheiro antes de embarcar, ao invés de levar fisicamente no bolso. Depois é só chegar la e pagar as contas da viagem com o cartão de débito do banco estrangeiro. Mais seguro, mais prático e câmbio mais barato.
5) Paypal, Apple Pay e assemelhados: uma forma de trocar dinheiro sem trocar. Diversas empresas utilizam meios de pagamento virtuais para pagar, cobrar e incluir possuir uma espécie de "conta corrente". É o caso do paypal. Observe que muitos portais de compras aceitam os cartões de crédito populares e também dão a opção de paypal, principalmente nos EUA.
6) Smartphones com cartões de crédito virtual. No Brasil ainda está recém começando, mas é algo extremamente útil e que deve crescer em progressão geométrica. Pense: pra que ficar carregando os plásticos na carteira, com risco de roubo e uso indevido se você pode ter o recurso digitalmente no seu celular, que é protegido por senha? Ao pagar uma conta, é só abrir a tela e apresentar ao leitor do vendedor. Digita-se a senha e pronto, transação concluída.
7) Dinheiro vivo é o preferido para atividades ilícitas. O crime precisa dele para sobreviver. Cortando ou reduzindo muito esse meio de pagamento, enfraquecerá os envolvidos. Principalmente se as criptomoedas passarem a ter um mínimo de regulamentação uma vez que, hoje, já são a alternativa moderna para a informalidade e o mercado negro.
8) Cada vez mais o mundo está pensando em sustentabilidade e redução de gastos desnecessários. Você consegue imaginar o quão nocivo é para natureza imprimir bilhões e bilhões de cédulas em mais de 200 países? E as que acumulam, mofam e ficam inválidas. Não há descarte correto em sua maioria. Isso sem falar nas moedas metálicas, que também são caras. Curiosidade: você sabia que o custo médio para fabricar uma "penny" (moeda de 1 centavo americana) é de U$ 1.43 ?
9) Novas tecnologias? Quais? Aceitamos sugestões nos comentários abaixo! Participem.
Com base nisso tudo, Não fica relativamente fácil concluímos que dentro de algumas décadas o dinheiro pode acabar? Ou pelo menos ter uma participação bem menor nos negócios e entre pessoas. Talvez até antes do que possamos imaginar.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente