Quando tudo parece que vai dar certo em Brasília e há confiança nos políticos envolvidos, é de lá que não podemos esperar coisa nenhuma. Bastava o Senado aprovar o texto principal da Reforma da Previdência e o governo fazer uma razoável articulação política para que “destaques” prejudiciais à reforma não passassem. Era o capítulo final de uma longa e difícil maratona.
Não foi o que aconteceu. O PSL, partido do governo, ingênuo e trapalhão, subestimou o poder de retaliação da casa! O senado está dando "recadinhos" ao executivo, que não tem feito o "toma-lá-dá-cá" desejado para seus parlamentares e partidos. Seu atual presidente também mostra ser inexperiente na condução dos trabalhos.
Resultado?
Economia em 10 anos que veio no texto da Câmara estimada em mais de 900 bilhões, já caiu para 800 bilhões. Só que uma partida só termina quando acaba. Estamos aos 47 do segundo tempo e o Senado ainda tem poder para prejudicar um pouco mais o futuro do país. Faltam ainda alguns destaques para apreciar em segundo turno, que, se aprovados, reduzem para 600 bilhões a economia aos cofres públicos no mesmo período. Seria trágico.
Calma! A Reforma não virou pizza. Ainda. Mas a decepção nos investidores, principalmente estrangeiros, está aumentando, e o reflexo no câmbio virá. Se continuar assim e tivermos no final uma pseudo-reforma, dificilmente veremos grandes volumes de capital voltando ao país, dificultando bastante a possibilidade de dólar abaixo de R$ 4,00 em 2019 e também em 2020.
Quando o Brasil vai melhorar? Quando o povo souber votar.
Att
Gustavo Candiota
Diretor GC Prime Câmbio Inteligente
